"Sim" à Fé das Igrejas Tradicionais


Recentemente, li que não é sem motivo que a crítica às igrejas tradicionais cresce a cada dia. Alguns afirmam que essas igrejas são retrógradas, frias e sem amor, tendo líderes de mente fechada que ainda acolhem e buscam cumprir fielmente as orientações das Escrituras. De acordo com seus críticos, o “radicalismo tradicional” leva as igrejas a considerar a Bíblia infalível e inerrante e a Palavra do Senhor, uma revelação inegociável. Assim, as transformam em extremistas no campo da fé ou, como dizem, “bitoladas na Bíblia”. Na verdade, é preciso diferenciar tradição e tradicionalismo. Tradição é a fé viva daqueles que já morreram, enquanto tradicionalismo é a fé morta daqueles que ainda estão vivos. Tradição tem a ver com o zelo espiritual que inicialmente marcou aqueles que nos precederam na história da fé. É o que os heróis do cristianismo nos legaram em meio ao seu testemunho de vida. Já o tradicionalismo liga-se a práticas e invencionices de homens que anelam controlar, manipular e tirar proveito das pessoas. O tradicionalismo ainda se volta para o que se quer mostrar às pessoas, ou seja, preocupa-se com o que os homens pensam, buscando agradá-los com posturas, hábitos e formas artificiais. As igrejas da tradição (não as do tradicionalismo) não agradam a maioria das pessoas porque dão as costas aos modismos contemporâneos e à opinião dos homens. Seus cultos são marcados por reverência e ensino, jamais cedendo espaço para danças frenéticas, promessas vazias, “unções” milagrosas, gritarias sem sentido, ecumenismo velado (ou aberto!) e outras práticas que contrariam as santas ordens do nosso Deus. Ora, é óbvio que a seriedade bíblica, expressa no ensino expositivo e consistente das Escrituras, não atrai multidões. Atrair multidões, porém, não é função da igreja. Sua tarefa é, isto sim, testemunhar de Cristo (Mt 28.19-20). Quem atrai pessoas para salvar é Deus (At 2.47). Se a função da igreja fosse atrair multidões, Jesus teria fundado um circo, com palhaços e muita diversão. A igreja, contudo, foi estabelecida para proclamar a verdade e acolher e guiar aqueles que são transformados pela fé em Jesus, cuidando deles e corrigindo-os, em vez de diverti-los. Isso porque o “crivo” das Escrituras exige dos discípulos de Jesus um alto padrão de conduta (Ef 4.1ss). Com esse padrão moral elevado, é claro que as igrejas tradicionais serão criticadas por pessoas que não buscam valores assim. Com efeito, é mais fácil frequentar as igrejas “da moda”, tão flexíveis, irreverentes e permissivas. Afinal, essas comunidades são mais “ligth”. Nelas não há verdade absoluta para se proteger, nem qualquer autoridade que defina a conduta dos crentes. Cada cabeça faz sua própria sentença. Não há em tais grupos exortação ou correção. Neles, o “politicamente correto” está acima do que é biblicamente justo e o respeito pelo suposto “direito” do irmão é maior do que o inegável “dever” de obediência a Cristo (Mt 16.24). Fica, portanto, fácil entender porque tem aumentado o número de pessoas que criticam as igrejas tradicionais. A frase que li (“não é sem motivo que a crítica às igrejas tradicionais cresce a cada dia.”) num certo sentido merece aprovação, pois as igrejas chamadas tradicionais, na sua vasta maioria, são bíblicas, não negociam valores imutáveis, não cedem às pressões da maioria, nem olham para alvos financeiros como indicadores de saúde espiritual. Antes, seu único desejo é agradar aquele que as comprou com seu sangue precioso. Que a tradição de seguir só as Escrituras seja sempre a marca distintiva da nossa igreja e de todo verdadeiro crente, mesmo que jamais sejamos contados com a maioria. Vale lembrar, inclusive, que Jesus disse que a maioria nunca o seguiria. “Estreita é a porta que conduz ao céu e poucos entrarão por ela”, afirmou o Mestre. Que cada um, pois, escolha com quem ficará. Pela graça, nós permaneceremos fazendo parte da minoria... Com Jesus! Pr. Marcos Samuel Soli Deo gloria

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